Diário de Pernambuco 08/09/2010 - Opinião
Janguiê Diniz // Fundador do Grupo Ser Educacional
imprensa@sereducacional.com
"A propaganda política obrigatória na TV e rádio deveria ser um espaço para a discussão de ideias, mas ao invés disso somos persuadidos por guias que recorrem à emoção para conquistar nosso voto. A população é seduzida por música, retórica e belas imagens. As propostas de governo, que deveriam ser os principais determinantes para a escolha do candidato, ficam em segundo plano.
Com tantos elementos afetivos, as campanhas políticas e seus marqueteiros poderiam concorrer ao Leão de Ouro de Cannes. Mas não precisamos de mais espetáculos midiáticos. Precisamos de uma agenda pública que atenda à demanda deste novo século. Desenvolvimento econômico atrelado à preservação do meio ambiente, reformas institucionais e mobilidade socioeconômica devem ser as prioridades dos novos governantes.
Para atender a estas demandas, o Estado brasileiro precisa sofrer choque de gestão, recorrendo a estratégias tão bem aplicadas pelas grandes corporações privadas, com projetos de desenvolvimento sustentável, valorização de pessoas, indicadores de desempenho e gestão de resultados.
É necessário que os servidores públicos sejam incentivos para prover e atender de modo eficiente à demanda social, principalmente nas áreas de educação, saúde e segurança. Não cabe mais o discurso simplista de que mais investimento resolve a oferta de serviços públicos. Novos arranjos institucionais precisam ser criados para incentivar o desempenho da máquina estatal.
Entre as reformas institucionais, a reforma previdenciária é a que se faz mais urgente. A queda na taxa de fecundidade e o envelhecimento da população revelam que estamos nos trilhos do desenvolvimento, mas estes avanços sociais trazem consigo desafios para o gerenciamento do sistema previdenciário. Cresce o número de aposentados e o número de pessoas ativas contribuindo com o INSS não avança na mesma velocidade. Antes que o desequilíbrio dos gastos fuja ao controle, é preciso reformar sistema.
É impossível pensar o Brasil do futuro sem considerar os temas abordados. Na decisão do voto, vamos dar lugar à razão ao invés de deixarmos ser levados pela emoção das propagandas. O país que desejamos se constrói com propostas reais. O resto é cinema."
Um texto muito bom! Expressa bem minha opinião, devemos aprender a ser cidadãos. Política não é só nas eleições, durante o mandato dos candidatos devemor cobrar nossos direitos! Eles não nos dão nada de bandeija! Só com muita luta!
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